segunda-feira, 23 de maio de 2011

"Quando eu for Grande, Quero ir à Primavera" - José Pacheco



"Quando eu for Grande, Quero ir à Primavera"
(Para todos aqueles que ainda ousam desenhar roteiros vagabundos ou empreender viagens por caminhos incertos.)
Aquele inexperiente professor tinha-se deixado influenciar por um grupo (nesses perturbados tempos considerado marginal, de má fama e politicamente suspeito) que dava pelo nome de Movimento da Escola Moderna. Com professores "marginais" aprendeu uma máxima que o iria acompanhar para onde quer que o levassem os concursos e a coragem: olha para o que és (ou pretendes ser como pessoa e professor), não olhes para o que outros fazem (ou não fazem, ou não são...).
Leu tudo o que havia para ler (ou o deixavam ler) sobre o Freinet do "texto livre". Mas, por meados de Novembro, já começava a descrer da cartilha. Ele bem tentava, mas os trinta alunos que havia herdado de um austero professor à moda antiga reformado não saíam dos canónicos "a vaca dá leite, ossos e carne", "a vaca é muito importante para a nossa alimentação", "eu gosto muito das vacas", "quando eu for grande, quero ser vaca"...
Alguns putos sobreviventes da última "classe masculina" tinham na ponta da língua a tabuada, sabiam de cor as estações de caminho-de-ferro de Benguela e o sistema galaico-duriense, tratavam por tu os esteres e os miriares, desenhavam na perfeição a caneca da praxe e ainda sabiam entoar a música (já só a música!) do "somos pequenos lusitos", que o tempo de o Jesus do cruxifixo estar ladeado por dois ladrões ainda não ia longe e a Biblioteca Popular não tinha sido desmantelada, apesar da ordem expressa dos novos poderes.
Naquele tempo, a palavra liberdade ainda inspirava em muitos espíritos sentimentos contraditórios. De modo que, quando colocados perante a possibilidade de rabiscarem "redacções" a que o jovem professor teimava em chamar "textos livres", ainda que o equinócio mais próximo fosse o de Setembro e já se começasse a pensar em preparar a festinha de Natal, os miúdos adoravam escrever sobre... "A Primavera".
Durante aquela "quinzena de trabalho", o professor tinha lido mais de vinte textos encimados pela palavra "redacção", com o mesmo título ("A Primavera") e formatados em vinte linhas de lugares-comuns. Ficou a saber que a Primavera era uma estação do ano, que os passarinhos faziam os ninhos, as flores nasciam nos campos, a temperatura subia nos termómetros e que a comunhão pascal estava próxima. Ficou sabendo que todos, sem excepção, gostavam da Primavera, o óbvio a que um dos alunos acrescentara (por distracção, ou por súbita inspiração, nunca se chegou a saber) que, quando fosse grande "gostaria de ir à Primavera"...
Naquele tempo, o dia começava, invariavelmente, com a aula de educação físico-motora. Sob a orientação do professor, os alunos cumpriam o ritual diário de voltar a pôr em grupos as carteiras que a colega da tarde voltaria a colocar todas alinhadas, voltadas para o quadro negro e para a secretária.
Concluído o exercício de musculação, o professor propôs que fossem lidos todos os textos "livres" (o professor era um teimoso...), para seleccionar alguns para o terceiro jornal. Importa fazer um parêntesis na narrativa, para referir que o dinheiro da venda dos dois anteriores dera para comprar o tabopan com que os alunos construiram a mesa que suportava o limógrafo, o copiador de gelatina e a máquina a petróleo onde era aquecido o "leite escolar". Mas, dessa vez, o professor sugeriu à assembleia de alunos que, contrariando o acordado, não fossem os autores a lê-los mas o professor.
Autorizado, iniciou a leitura do primeiro texto: "A Primavera. Eu gosto muito da Primavera. A Primavera é uma estação do ano, que começa no dia ..." E daí por diante, até ao inevitável "Depois da Primavera, vem o Verão, que é outra estação do ano muito bonita". Chegado ao fim da primeira leitura e tendo o cuidado de não permitir que os alunos vissem o papel e reconhecessem a caligrafia, perguntou:
- "Quem escreveu este texto?"
De imediato, ergueram-se vinte e tal braços, que os putos acabaram por baixar, no meio de grande embaraço e confusão. Não satisfeito com a reacção e sem delongas, o professor passou à leitura do segundo texto, que era clone do anterior, e repetiu a pergunta:
- "Quem escreveu este texto?"
Alguns alunos ainda esboçaram um levantar de braço, mas rapidamente suspenderam o gesto.
Ao cabo de uma dezena de leituras, a perturbação inicial deu lugar ao riso. Os alunos tinham percebido a mensagem. Já não erguiam os bracitos, mas mal sabiam o que os esperava. O professor propôs um novo jogo de escrita a que todos aderiram sem reservas.
Dessa vez, foi o professor quem ditou as regras. Já que todos gostavam de escrever sobre a Primavera, assim se faria, mas não poderiam recorrer a qualquer das frases tradicionalmente utilizadas: "eu gosto muito da Primavera", "as andorinhas...", etc, etc... O silêncio tomou conta da sala, um silêncio estranho, nunca visto. Mas jogo era jogo, teria de ir até ao fim.
Durante alguns longos minutos, os alunos entreolhavam-se, cotovelos assentes nas carteiras, cabeças entre as mãos, gestos de impaciência... até que um deles, após um trejeito no rosto, se decidiu escrever algo. O colega do lado espreitou, encolheu os ombros como se dissesse "olha a grande novidade!" e fez par com o primeiro.
Pouco a pouco, juntaram-se os restantes, cada qual na sua vez, que o "ritmo individual", apesar de não se constituir em conceito cientificamente assumido, é de uma cruel evidência para aqueles que, como o outro, ainda crêem que a pedagogia é a arte de ensinar tudo a todos como se fossem um só.
Findo o inesperado jogo, os textos foram recolhidos. Seguindo os mesmos cuidados da primeira sessão de leitura, o professor leu o primeiro dos textos e perguntou:
-"Quem escreveu este texto?"
No meio dos seus trinta alunos, um braço ergueu-se decidido, um só braço, uma só mão autora.
O professor disfarçou como pode a emoção e leu o segundo dos textos. Novamente, um só erguer de braço sem hesitações, um gesto único, convicto. E assim foi acontecendo até à derradeira leitura daqueles textos LIVRES.
José Pacheco
Escola da Ponte / Vila das Aves

Fonte: http://www.apagina.pt/?aba=7&cat=83&doc=7774&mid=2

domingo, 22 de maio de 2011

Preâmbulo ao voo das gaivotas

Algures, em 31 de Agosto de 2007.




Querida Alice,
O prometido é devido: a escassos dias de conheceres o mundo novo da escola que será a do teu tempo, o teu avô vem contar-te histórias da escola que foi a de velhos mundos de outros tempos.A ideia de Escola é muito antiga. Já na Grécia de há milhares de anos havia quem acreditasse serem os seres humanos capazes de buscarem, em si próprios e entre os outros seres, a perfeição possível. Mas, com a passagem do tempo, essa Escola deixou de fazer sentido, porque deixou de se perguntar se faria sentido ficar parada, a ver passar o tempo. E, assim como um senhor chamado António Vieira pregava aos peixes, por serem os humanos incapazes de ouvir, nesse tempo, o teu avô enviava recados às aves, porque muitos professores já não sabiam ouvir. Mas passemos à história que hoje tenho para te contar...Era uma vez, um reino encantado e junto ao mar. Encantado, porque uma fada má transformara todos os seus habitantes em pássaros. Junto ao mar, porque convém ao enredo da história.No reino encantado, havia cidades e, para além dos muros das cidades, outras cidades e outras escolas. Estas escolas de aprender a voar eram quase todas iguais entre si. E iguais a essas eram outras escolas dentro das cidades das aves. As avezinhas aprendizes eram todas diferentes umas das outras. Havia o rouxinol e o seu maravilhoso trinado; havia a calhandrinha e o seu canto monótono. Ia à escola o melro saltitante e o beija-flor de voo gracioso. Mas o manual de canto era igual para todos, o manual de voo era igual para todos. Ensinava-se o piar discreto e em coro. Praticava-se o voo curto, de ramo para ramo. Havia o manual para as aulas de piação. Nas aulas dadas pelo manual, os papagaios treinavam os seus pupilos no decorar melopeias sem sentido. Todos ao mesmo tempo, no mesmo ramo, na cadência imposta pela batuta do papagaio instrutor.Havia o manual (igual para todos) utilizado pela coruja para o ensino do cálculo da velocidade e da direcção de voos jamais materializados. Os voos lidos no manual eram, obrigatoriamente, muito curtos e obedeciam a critérios de que as jovens aves ignoravam o fundamento. Por sua vez, o galo ensinava o bater de asas de voos simulados, e impunha aos jovens pássaros a repetição do teórico cócórócar que os faria conformar-se com o destino de habitar gaiolas e acatar as hierarquias das bicadas.Copiava-se pelo manual de História a História oficial. Outro manual orientava o milhafre que, nas aulas de sobrevivência, ditava a quantidade de milho, farelo, ou couve picada, da ração diária a dar à criação. Periodicamente, os mochos submetiam o receoso bando de aprendizes ao estranho cerimonial dos testes. As provas eram iguais para todos, num tempo igual para todos, com todos os pássaros aprendizes fechados no mesmo espaço. Se o teste fosse de voo planado, ainda que, lá fora, soprasse um vento propício ao looping, do lugar não saíam. E pouco importava que as asas do albatroz fossem dez vezes maiores que as do estorninho. Às aves mais lestas eram cortadas as asas, para que acompanhassem o ritmo do mocho. E as avezinhas que não conseguissem bater as asas ao compasso das restantes ficavam, irremediavelmente, para trás. Depois de identificadas as aves deficientes, encaminhavam-nas para o cativeiro dos voos alternativos, ou submetiam-nas a aulas de recuperação ministradas por corvos especialistas em voo rasante.Encerrados nas gaiolas douradas da instrução, os jovens pássaros definhavam na repetição de rotinas. Se a calma reinante era perturbada por um grito, ou pela súbita mutação da graciosidade do voo num violento choque de asas, tudo voltava ao normal e sem demora ... O método era a domesticação. Mas, se perguntássemos aos adestradores porque domesticavam, não saberiam que resposta dar.As personagens centrais da nossa história serão as gaivotas. Para dizer a verdade, apenas um pequeno bando de gaivotas dissidentes. Um dia, decidiram abalar dos rochedos junto ao mar e ir à aventura terra adentro. Aves inquietas e curiosas, arriscavam descer ao fundo de cavernas que tinham servido de refúgio a piratas. Num dos mais profundos recantos de uma das mais profundas cavernas, encontraram um cofre. Dentro do cofre, velhos pergaminhos. Leram-nos. E o súbito achado despertou o desejo de partir. Num dos dias do seu longo peregrinar, as gaivotas chegaram a uma terra entre dois rios. Era um lugar onde as águas, que deveriam saciar a sede a todas as aves e refrescar as penas nas tórridas tardes de Estio, corriam turvas e em proveito de alguns passarões.Dessa aventura te falarei na próxima carta.

Com amor,

O teu avô José.

José Pacheco

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Cartas a Alice - José Pacheco



Querida Alice,

Aqui estou, entregando-lhe este montinho de cartas. Quando a decifração dos códigos da linguagem dos homens lhe permitir, você há de lê-las. São tantas quantos os dias que mediaram o dia de você completar seis anos e o dia de ir à escola. Esta é a última das cartas, mas não o fim da história. Este é o dia da sua primeira ida à escola, o início de uma outra história. E ambas terão os desfechos que lhe quiser dar. A vida é uma históra sempre inacabada a que podemos conferir diferentes desenlaces. Basta que não nos confinemos aos estreitos limites do entendimento das coisas e dos seres deste nosso tempo da proto-história dos homens. Quando, depois de extintos os ecos do tempo da história, os homens acederem à era do espírito, hão de entender a fragilidade dos paradigmas que sustentavam as suas ciências. Hão de reconhecer como aparentes as suas imutáveis realidades. Hão de reconhecer a falsa moral de suas histórias, se comparada com a doce amoralidade dos pássaros.Quero que saiba que, quando os homens acreditavam que o seu mundo era plano e limitava-se aos mediterrânicos limites, já os pássaros sabiam que o planeta tinha forma arredondada, por o terem sobrevoado de ponta a ponta. No tempo em que os homens acreditavam que eram o centro do mundo e viam abismos e monstros na linha do horizonte, os pássaros redefiniam zênites e provavam que o espaço é ilimitado como a música e os sonhos. Onde, antigamente, os homens idealizaram um céu de vida eterna para os seus eleitos, havia pássaros. No lugar onde imaginaram situar-se o trono dos seus deuses, não havia uma "pomba estúpida" à medida dos seus medos, mas o espírito dos pássaros. Quando os desvendadores dos segredos dos mares atingiram novos mundos, encontraram pássaros. Quando os homens voaram até a Lua e dela contemplaram o planeta azul, compreenderam que o azul que separava do imenso e negro espaço não tinha segredos para os pássaros que, há séculos, o habitavam. E quando os astrônomos espreitaram através de potentes telescópios, penetrando distantes galáxias e confirmando a antiga predição de que o que está por baixo é igual ao que está no alto, viram pássaros invisíveis pousados no asteróide B 612. Para você, querida Alice, é natural o modo doce como a escola a acolhe. Neste primeiro dia do resto de sua vida parece que sempre foi assim. Mas, para que você pudesse gostar de ir à escola, muitos foram os pássaros que sofreram a dor de um tempo em que as gaivotas se condoíam de ver jovens pássaros amontoados em celas de concreto, vigiados nos mínimos gestos. Por mais inverossímil que possa parecer, era mesmo assim, querida Alice. A curiosidade infantil acabava desfeita em submissões. Mas, como disse, as histórias acabam como nós quisermos que acabem...


( Texto extraido do livro: Para Alice, com Amor / José Pacheco. - 2. ed. - São Paulo: Ed. Cortez, 2006. )


domingo, 15 de maio de 2011

Manuel António Pina


Manuel António Pina (Sabugal, 18 de Novembro de 1943) é um jornalista e escritor português, galardoado em 2011 com o Prémio Camões.
O autor licenciou-se em
Direito em Coimbra e foi jornalista do Jornal de Notícias durante três décadas. É actualmente cronista do Jornal de Notícias e da revista Notícias Magazine.
A sua obra é principalmente constituída por poesia e literatura infanto-juvenil. É ainda autor de peças de teatro e de obras de ficção e crónica. Algumas dessas obras foram adaptadas ao cinema e TV e editadas em disco.
A sua obra está traduzida em França (francês e corso), Estados Unidos, Espanha (espanhol, galego e catalão), Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Rússia, Croácia e Bulgária.




Bibliografia
1973 - "O país das pessoas de pernas para o ar" (lit. infanto-juvenil);
1974 - "Ainda não é o fim nem o princípio do Mundo, calma é apenas um pouco tarde" (poesia);
1974 - "Gigões & anantes" (lit. infanto-juvenil);
1976 - "O têpluquê" (lit. infanto-juvenil);
1978 - Aquele que quer morrer (poesia);
1981 - "A lâmpada do quarto? A criança?" (poesia);
1983 - "O pássaro da cabeça" (poesia);
1983 - "Os dois ladrões" (teatro);
1984 - "Nenhum sítio" (poesia);
1984 - "História com reis, rainhas, bobos, bombeiros e galinhas" (lit. infanto-juvenil) ;
1985 - A guerra do tabuleiro de xadrez(lit. infanto-juvenil);
1986 - Os piratas(ficção);
1989 - "O caminho de casa" (poesia);
1987 - "O inventão" (teatro);
1991 - Um sítio onde pousar a cabeça (poesia);
1992 - "Algo parecido com isto, da mesma substância" (poesia);
1993 - "Farewell happy fields" (poesia);
1993 - "O tesouro" (lit. infanto-juvenil);
1994 - "Cuidados intensivos" (poesia);
1994 - "O anacronista" (crónica);
1995 - O meu rio é de ouro /Mi rio es de oro (lit. infanto-juvenil);
1998 - "Aquilo que os olhos vêem, ou O Adamastor" (teatro);
1999 - Nenhuma palavra, nenhuma lembrança (poesia);
1999 - "Histórias que me contaste tu" (lit. infanto-juvenil);
2001 - "Atropelamento e fuga" (poesia);
2001 - "A noite" (teatro);
2001 - "Pequeno livro de desmatemática" (lit. infanto juvenil);
2002 - "Poesia reunida" (poesia);
2002 - "Perguntem aos vossos gatos e aos vossos câes" (teatro);
2002 - "Porto, modo de dizer" (crónica);
2003 - Os livros (poesia);
2003 - "Os papéis de K." (ficção);
2004 - "O cavalinho de pau do Menino Jesus" (lit. infanto-juvenil);
2005 - "Queres Bordalo?" (ficção);
2005 - "História do Capuchinho Vermelho contada a crianças e nem por isso por Manuel António Pina segundo desenhos de Paula Rego" (lit. infanto-juvenil);
2007 - "Dito em voz alta" (entrevistas);
2008 - "Gatos" (poesia);
2009 - "História do sábio fechado na sua biblioteca" (teatro).



Prémios
1978 - Prémio de Poesia da Casa da Imprensa (“Aquele que quer morrer”);
1987 - Prémio Gulbenkian 1986/1987 (“O Inventão”);
1988 - Menção do Júri do Prémio Europeu Pier Paolo Vergerio da Universidade de Pádua, Itália (“O Inventão);
1988 - Prémio do Centro Português para o Teatro para a Infância e Juventude (CPTIJ) (conjunto da obra infanto-juvenil);
1993 - Prémio Nacional de Crónica Press Club/ Clube de Jornalistas;
2002 - Prémio da Crítica, da Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos Literários” ("Atropelamento e fuga");
2004 - Prémio de Crónica 2004 da Casa da Imprensa (crónicas publicadas na imprensa em 2004);
2004 -
Prémio de Poesia Luís Miguel Nava 2003 (Os livros);
2005 - Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores/CTT (Os Livros);
2011 -
Prémio Camões.



quarta-feira, 11 de maio de 2011

Agenda Literária: André Neves - 13 de Maio de 2011







André Neves nasceu em Recife e mora em Porto Alegre, onde trabalha pesquisando, escrevendo e ilustrando livros infantis. Formado em Relações Públicas e em Artes Plásticas, que começou a estudar em 1995.

Desde então, atua como escritor e ilustrador de suas obras e de outros autores. É arte-educador e promove palestras e oficinas sobre Literatura Infantil e Juvenil. Desde 1998, vem desenvolvendo trabalhos como autor, ilustrador e arte-educador. Participou do curso de ilustração para infância em Sarmede, na Itália.


Seu trabalho como ilustrador do livro “Sebastiana e Severina” foi selecionado para a mostra itinerante “XX Mostra Internazionale d’ Illustrazione per I’infanzia Stepan Zavrel” na Itália, onde percorreu várias cidades para colorir os olhos de muitas crianças. Pelos seus trabalhos, foi agraciado pela FNILJ – Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil com o Prêmio Luis Jardim (Melhor Livro de Imagem) e recebeu menções de “Altamente Recomendável”

André Neves viaja por todo o Brasil para desenvolver sua verdadeira paixão: desenhar para crianças.
É autor e ilustrador dos livros infantis: “Um pé de vento”; “Caligrafia e Dona Sofia”; “Colecionador de Pedras”; “O enigma das caixas”; Menino chuva na rua do sol”; ” Mestre Vitalino”; “O ovo e vovô”; “A seca”; “O segredo da arca de Troncoso”; “Uma história sem pé nem cabeça”; “Vira, vira, vira lobisomem”; “Maria Peçonha”; “Sebastiana e Severina”, Lino, Obax, entre outros.
As ilustrações do premiado André Neves são coloridas e harmoniosas.

Mais informações: http://confabulandoimagens.blogspot.com/

domingo, 1 de maio de 2011

O pedacinho de carvão - Lemony Snicket



O pedacinho de carvão - O Natal é, em si, um episódio de milagre; por isso, nessa época do ano se contam histórias sobre adventos, renascimentos e salvações, entre toda sorte de acontecimentos maravilhosos. Em O pedacinho de carvão, Lemony Snicket, autor das Desventuras em Série, faz um relato repleto de milagres, vividos por um pedacinho de carvão que estava interessado em ser artista. Ele sonhava poder desenhar linhas pretas e rústicas sobre uma tela ou, mais provavelmente, sobre um peito de frango ou um filé de salmão ao participar de um churrasco. Mas ele vivia no hemisfério norte e ainda por cima estava no fim do ano, quando faz frio e ninguém pensa em churrasco com neve. É por isso que ele um dia cai de um saco e sai a zanzar - um segundo milagre, já que normalmente carvão não pensa nem anda - à procura de alguma coisa interessante para fazer. A partir daí, é milagre que não acaba mais. Para todos os efeitos, basta dizer que o pedacinho de carvão vive situações inusitadas (como conhecer o Papai Noel em uma loja de conveniência) até virar dono, junto com um amigão que ele faz no meio do caminho, de um restaurante de comida coreana, que funciona como ateliê de arte durante as noites de frio.Uma “típica” história de Natal saída da cabeça maluca e descontraída do autor que narrou, com tanto sucesso, as agruras de três irmãos gêmeos que atendiam pelo sobrenome de Baudelaire.



É um livro - Lane Smith



É um livro - Com a invenção dos e-books, e a proposta de revolução que trazem consigo, surgem inúmeras dúvidas a respeito do futuro do livro. Muitos aproveitam essa onda para reafirmar seu amor às letras impressas em papel, e dizem que o livro é uma espécie de deus grego: não morre nunca. Sem enveredar pelas malhas da vidência, mas deixando claro que um livro é um livro e isso basta, Lane Smith criou uma história ilustrada, tanto para crianças quanto para adultos, sobre o nosso velho e bom - e amado - livro. Aquele que, ao contrário dos produtos eletrônicos, não apita, não interage, não conecta nem retwitta. Mas que, só pela emoção da narrativa e das imagens, prende a atenção (e ainda rouba o coração) de qualquer um.